Oficina: Conexão dos Sentidos

Arte e a Sensibilidade

 

 

        Vejo a Arte como caminho inverso humano em seu sentido interior. É através da Arte que o ser humano exercita uma capacidade de introspecção e reconhecimento com o interior através do que se apresenta em seu exterior na obra. É sempre o exercício de uma atividade de reflexão em frente de cada trabalho.   Pessoalmente não gosto muito da definição na titulação da obra, pois muitas vezes a titulação ou interpretação feita pelo artista limita o canal de introspecção entre o público e a obra. A experiência com cada trabalho é única em cada pessoa que contempla o trabalho. Em alguns a obra que me inunda com sentido e significado, pode e não deve significar a mesma coisa. Cada contemplante deve se ligar ou não ao trabalho, de acordo com o seu próprio universo de símbolos. Volto então para a máxima popular  que diz que “a beleza está nos olhos de quem vê” e existe de fato, ao meu ver, certa coerência nisso. É o que relaciono com a imagem que se apresenta que dá sentido a poética a qual a obra se compromete quase instintivamente em transmitir.

         Na atividade artística, existe uma necessidade de contemplação, fundamental para o humano se fazer humano. Situações que cotidianamente não seriam vistas, quando passam a serem traduzidas pela “lente  artística” passam a ter um outro grau de observação, ou melhor, passam a serem vistas. Nesse ponto está um fato pelo qual sinto necessidade de alertar através da obra não só o óbvio “belo” que o “corpo” da bailarina esteticamente aceita por uma grande maioria proporciona, mas pensar nesse “corpo ARTE” como a junção em forma de quebra-cabeça do Impossível. A arte percebe o que muitos não veem.

 

                                                       Oswaldyene Almeida